Durante a sessão da última quinta-feira (5) na Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Rodrigo Lago (PCdoB) fez críticas à exposição de elementos promocionais com o nome do secretário de Assuntos Municipais, Orleans Brandão, durante o início das festividades juninas no Ceprama, em São Luís.
Rodrigo Lago, que é advogado e ex-secretário de Transparência do Estado, subiu à tribuna para apontar o que considera um uso indevido da estrutura pública para fins pessoais e políticos. Segundo o parlamentar, a “estrela” do evento acabou sendo Orleans, sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB), que teve seu nome exposto em balões com iluminação especial. Para Lago, o fato contradiz o próprio discurso do governador, que vem afirmando que só tratará de política eleitoral em 2026.
“Enquanto o governador diz que não vai falar de política agora, a máquina pública vai sendo utilizada para promover a imagem dele e do seu sobrinho”, afirmou o deputado. Ele comparou o episódio à cassação do mandato do ex-deputado Hemetério Weba, que perdeu o cargo por causa de uma matéria institucional publicada e considerada como promoção pessoal. “A Justiça agiu com rigor naquele caso, mas agora parece que todos preferem fechar os olhos”, pontuou.
Rodrigo Lago também chamou atenção para o desequilíbrio institucional gerado pelo uso da estrutura do Estado como vitrine pessoal, e questionou se a presença de nomes e símbolos pessoais em eventos públicos não configura o mesmo tipo de infração que já custou o mandato de outros parlamentares.
Em resposta, o deputado Osmar Filho (PDT) saiu em defesa de Orleans Brandão. Ele argumentou que o evento em questão seria privado e que a instalação do balão iluminado com o nome do secretário teria sido feita por aliados locais, especialmente pelo vereador André Campos. Osmar ponderou que “na ânsia de mostrar apoio, aliados políticos podem cometer excessos”, e sugeriu que é preciso avaliar o contexto e a intenção de cada ato.
Após a repercussão do caso dentro e fora do plenário, os balões com o nome de Orleans Brandão foram retirados do local. O episódio reacende o debate sobre os limites entre comunicação institucional, eventos culturais e promoção política, especialmente em períodos pré-eleitorais, e levanta um alerta sobre o papel de figuras públicas na preservação da legalidade e do respeito à máquina pública.